Quando se pensa em um conselho administrativo, a primeira imagem que vem à mente é uma mesa cercada de homens grisalhos vestindo terno e gravata. Mas, o fato desta imagem ser recorrente, só mostra que ela precisa ser alterada urgentemente para o bem das próprias empresas.
O problema dessa homogeneidade toda é que ela fecha as portas para a entrada de ideias novas e reduz a possibilidade de alinhamento com tendências sociais que estão se avolumando a ponto de transformar comportamentos e mercados.
Para alcançar um resultado diferente é preciso mudar os elementos da equação. Colocar sete, nove ou 79 pessoas com o mesmo perfil não vai gerar discussões ou decisões capazes de encaminhar uma empresa para a inovação – simplesmente porque a visão de um time de iguais será sempre a mesma.
A tendência mundial indica que os conselhos devem ser formados por pessoas das mais diversas idades, gêneros, raças, origens, especializações e experiências para que, na sala de deliberações, o maior número possível de correntes de pensamento e de perfis de clientes estejam representados por seus votos. No Brasil, essa nova composição dos conselhos ainda está em processo de consolidação.
No mundo corporativo as mulheres vem quebrando barreiras e conquistando cargos de C-level. No entanto, ainda há muito terreno a ser conquistado nos Conselhos, onde a presença feminina ainda é escassa. A estimativa é de que as mulheres ocupem agora apenas 10% dos assentos em conselhos de administração nas 100 maiores companhias listadas na B3.
Mas há quem nade contra a corrente. Um "case" de grande repercussão no ano passado envolveu duas marcas inovadoras de raiz: Nubank e Anitta. Quando a cantora foi convidada para fazer parte do Conselho de Administração do banco digital, muita gente jurou que era só uma jogada de marketing. Mas o fato é que a opinião da cantora foi fundamental para que o banco fizesse uma iniciativa inédita pré-IPO, oferecendo gratuitamente uma ação da empresa para cada cliente, o que por si só já aumenta a inclusão financeira, gera conexão e lealdade. Enquanto alguns conselheiros mais tradicionais só estariam preocupados com o retorno financeiro, Anitta - que afirma não entender nada de economia, mas tudo sobre ser cliente -, convenceu exatamente com esses argumentos. O grande aprendizado que emerge aqui é: pontos de vista diferentes constroem uma empresa de posicionamento alinhado com as pessoas, relevante para elas e que transforma a sociedade ao redor.
E falando em ampliar horizontes e construir Conselhos 2.0, outro perfil em alta demanda é o do profissional "tech savvy", expressão que pode ser traduzida para "conhecedor de tecnologia". Conhecimento adquirido através de experiência ou estudos, sobre o impacto que as tecnologias emergentes vão ter no sucesso dos negócios na próxima década.
Foi atenta a isso e pensando em como agregar experiências na minha carreira, que tomei a decisão de estudar e me formar Conselheira, através do curso Digital On Board da HSM. Ali eu vi claramente que a mudança já está acontecendo: a presença feminina ficava em torno de 30% entre os alunos, e o foco do curso era justo preparar pessoas de diferentes backgrounds para que consigam ajudar na transformação digital das empresas.
Parece que estamos caminhando para o momento em que as empresas precisam renovar seus Conselhos e uma nova geração de Conselheiros está se preparando para contribuir.
E você, ja pensou em ser uma peça-chave diferente em Conselhos?
Na Mídia
Stéphanie Fleury 2022 - © Todos os direitos reservados.